sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Vacaciones


Férias são mais do que uma palavra é um estado de alma. É a altura do ano que todos os portugueses anseiam, uns quinze dias sem ouvir o chefe mal-humorado, um subsídio de férias mesmo a calhar e muito chafurdanço á mistura.

Confesso que não percebo a azáfama deste fenómeno, afinal maior parte dos portugueses estão de férias durante o ano todo, no entanto em Espanha nesta altura em que vos escrevo, eles comemoram as vacaciones. A razão para sermos o único povo latino sem as vacações ainda é uma incógnita apenas ficamos com as nossas queridas férias, até os franceses aqueles avecs tem as vacances. Talvez por ficar no ar a incógnita sobre a origem da palavra, ora qualquer palavra começada por vaca é sempre suspeita, e sendo as férias normalmente ligadas ao verão mais suspeita ela fica. E para não falar que no verão muitos portugueses tiram férias, não é apenas um, ora podem imaginar o que é, um grande aglomerado de vacações na mesma altura.

E no meio desses portugueses estava eu, não atrás dela, não como um príncipe atrás da Cinderela, mas sim estava eu também de férias. Momento histórico no blogue, pois irei abrir um pouco do livro da minha vida, amanhã aparecerei em primeira página na Maria. A razão para o meu desaparecimento, nestas ultimas semanas foi que andei em paragem artística de forma a recolher mais material para o blogue.

Primeiro parei por Lisboa, a capital do nosso país. Um pormenor engraçado é que os lisboetas devem ter nascido com um apito na boca só pode, já que não sabem outra coisa senão pressionar na buzina dos seus bólides em qualquer situação de trânsito. Podem nunca ter razão, mas talvez por falta de ego, ou porque as suas sogras estão a espera em casa, apitam sempre que um carro á sua frente está imobilizado.



Estive também em frente ao Padrão dos Descobrimentos que tem sido alvo de uma publicidade da Santa Casa da Misericórdia. Que o Infante D. Henrique era o maior ninguém tinha duvidas mas não é preciso repetir isso em cada intervalo de cada novela, acho que toda a gente está mais interessado em saber se Cassula matou Geovinaldo do que se uma estátua de pedra é a maior ou não.

Não podia faltar nestas férias era uma prova aos famosos pastéis de Belém. Sempre me interroguei qual era a diferença entre uma nata e um pastel de Belém, pude constatar que são diferentes. O pastel de Belém tem uma massa mais estaladiça, e um recheio mais suculento. Tretas, mas porque raio não se pode chamar a tudo pastel de nata ou pastel de Belém, porquê que tem de haver sempre esta distinção? Toda a gente sabe que o pastel de nata ali do café da esquina é diferente do café da esquina noutra cidade, porquê que em Lisboa tem que ser diferente. Simples porque se chamasse pastel de Belém em Braga seria um escândalo porque toda a gente sabe que Jesus nasceu em Lisboa.




Nove dias findados em Lisboa, parti para cinco dias no Alentejo estudar o português mais verdadeiro. Os portugueses nas outras regiões fingem que trabalham e nunca fazem nada, o alentejano não precisa de fingir, está sentado a sombra de um sobreiro e também nunca faz nada. Estive por V.N. de Milfontes, e apenas encontrei uma das famosas mil fontes, as outras 999 deverão estar perdidas em combate. Como estava eu na costa Alentejana, um mergulho era essencial, as praias estavam repletas de banhistas, cromos e "gajas" boas, mas havia um velhinho que se sobressaía dos demais. Estava a correr, a fazer o seu jogging mas dentro de água. Era bem pensado, olhando ao trabalho que daria contornar aquele mar de gente, aqueles "putos" fingindo serem o Bob o construtor, ou então aquele rapaz que transportava uma rapariga ao ombro, fingindo ser o homem dos gelados.

Voltas e voltas deu o homem, e senti-me impelido a ajuda-lo nesta terrífica tarefa. Não, não lhe dei nenhum motor para colocar nas costas, não, não lhe dei barbatanas para correr melhor, mas sim entreguei-lhe na mão uma garrafinha de água para aliviar do calor intenso que abalava a costa Alentejana. Mas não, não era para ser bebida, era para ser despejada na cabeça, como um verdadeiro corredor de maratona se tratasse.

E pronto foram estes os meus quinze dias de férias, mas já estou de volta a este espaço electrónico, porque a justiça não se faz á chuva.

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