domingo, 30 de julho de 2017

Entre Croissant e Tosta Mista ninguém mete a colher




Era uma vez, um doce e singelo croissant, que nasceu de uma família francesa de "avecs" que vieram para Portugal tentar a sua sorte. E foi o Éder que os .... Ups história errada. O pequeno croissant sempre se interrogou do porquê de ser sobremesa e não prato principal, porquê dessas etiquetas, que no final de contas se está sobre a mesa, tem os mesmos direitos de todos e os demais pratos.


E porque não, o croissant ser também um prato principal. O pequeno já começava a imaginar-se croissant à Brás, croissant à Gomes de Sá, croissant à minhota, croissant à lagareiro... um número infindável de possibilidades se abririam caso os croissants passassem a integrar a "guestlist" dos pratos principais.



O pequeno croissant começou a crescer no quentinho do forno e aos poucos foi percebendo o seu destino. A idade dos porquês tinha terminado e chegou a altura de decidir qual o seu futuro. Croissant recheado com doce de ovos, croissant recheado com chila, croissant com manteiga, croissant de chocolate, croissant misto ou então um croissant simples, caso não consiga decidir, pode sempre ir para a científico-natural dos croissants e decidir depois.



Decidiu que queria ser misto, queria ter o fiambre e o queijo consigo. A perna extra e um flamengo Limiano. O peitinho de frango e o queijinho da serra. E então decidiu especializar-se em Pequenos almoços & Almoços. Tinha em vista conseguir convencer todos que seria um ótimo prato principal, de um almoço mediterrâneo.


Foi nesse curso que conheceu a Tosta Mista. Ao principio não conseguia pronunciar bem o seu nome, era Tosta Mista ou Tista Mosta? Raios que dislexia enervante que só quem não tem, não compreende. Moving on... Não ligou muito à Tosta ou Tista, aquela herege que era considerada a escolha número um dos portugueses ao acordar. Mas como ele almejava conseguir chegar ao patamar dos almoços, lá seguiu em frente. Até que um certo dia, ficou lado a lado com a Tosta, e conseguiu-lhe sentir o cheirinho quente, a fiambre e queijo derretido. E à medida que aquela brisa de sabores, entrava pelas suas entranhas, mais ele ficou derretido.

Começou por se inscrever à cadeira "Tostas e companhia das sandes limitada", e mudou completamente de visual. Tornou-se numa croissant misto tostado, com fiambre e queijo derretidos. Uma delicia. A Tosta não ficou indiferente e começaram a falar.

Croissant: "Olá, então tudo bem?"
Tosta: "Olá, hoje estás diferente! Estás uma brasa! Usaste chapa quente ou sandwisheira?"
Croissant: "Chapa quente claro, prensado! Não quero ficar com marcas a sandwish neste verão!"
Tosta: "< 3 < 3"

Um amor á primeira tostadela. Desde então fizeram tudo juntos.
Ambos começaram a manifestarem-se junto a restaurantes e nas mais diversas cozinhas por novos direitos, por passarem a ser categorizados como almoços. A combinar greves de croissants e tostas nos diversos bares de escola e universidade, vejam lá que até se aliaram aos panikes que também reclamavam novos direitos. Os panikes estavam revoltadíssimos pois não percebiam o porquê dos quiches, aquelas tartes travestidas, poderem ser consideradas como almoços e os panikes não.

Até que a companhia das sandes abriu lojas por todo o país. Uma nova vaga de esperança instalou-se naquela classe social, no entanto apenas foi tida em conta a tosta mista, com mais algumas pasnisguices à mistura (milho, alface, tomate, heresias de mil formas). Porquê que teimam em acrescentar ingredientes a uma coisa perfeita? Para quê tomate, milho, alface numa tosta mista? É uma mista, não é uma salgalhada.

Enfim o croissant ficou triste e resignado! Viu a sua amada seguir em frente na vida e ele continuou na liga dos pequenos almoços. No entanto ele estava feliz porque ela nunca se esqueceu do pequeno croissant que queria ser almoço.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Guia prático de como encontrar a melhor desculpa em 2017




As desculpas são algo fundamental na vida de um ser humano. Ao longos dos séculos o ser humano, sempre encontrou formas eficazes, de se desculpar, de se esquivar no tempo certo, de algo bastante embaraçoso, que podia ou não comprometer o seu estatuto social. Ora a culpa era da criada que não tinha estudos, ora era do escravo que também não tinha estudos, ou até do curandeiro que (adivinhem) também não tinha estudos.

Todos estes métodos depois de algum tempo, começaram a ficar batidos e deixaram de ter efeito prolongado. Imaginem que colocam aquele desodorizante que nunca experimentaram, mas que até, é de uma boa marca. Ao início, a nova fragrância parece vinda dos montes verdejantes dos Alpes, mas passado meia hora estás a cheirar a um misto de cavalo, com leite que azedou. Primeiro negas, dizes que até não é assim tão mau, mas quando decides, discretamente levar o sovaco ao nariz, eis que se abrem as fabricas da celulose nas tuas fossas nasais. É esta a sensação quando uma desculpa passa a "desculpinha da moda".

A minha desculpa preferida do Século XVI, era o creme de la creme, era a ode a todas as desculpas daquele tempo. Passava por escolher uma rapariga esquisita e passada dos carretos, com cabelo preto cumprido e acusa-la de bruxaria. Resultava sempre. Era incrível. O problema depois, era para arranjar desculpa para a quantidade de fumo na roupa.

As desculpas são darwinistas, vão evoluindo e adaptando-se ao longo do tempo. Nos dias de hoje as desculpas continuam férteis, mas por azar, já não dá para culpar na rapariga esquisita. Essas “freaks” agora vingam-se, telefonam-te para ti, chateiam-te, dão-te sete dias para depois andarem todas tortas e saírem de televisores, a gatinhar de forma esquisita.

Portanto aqui fica um guia prático de como encontrar a melhor desculpa em 2017:

- Uma das tendências de 2017, é atribuir culpa ao corretor automático. Muito prático e muito mais eficaz do que simplesmente dizer “Eu estava a brincar”, ou “Joking hehehe”. Os corretores automáticos estão cada vez mais em voga e é muito comum eles te darem sugestões estúpidas para as tuas mensagens, daí que sempre que quiseres mandar uma bomba e depois arrependeres-te, podes sempre dizer “Eis desculpa, raio do corretor automático…”. Não falha!

- Outra tendência de 2017, é usarem a pré-visualização de uma mensagem do Facebook nas notificações mas sem a abrir completamente. Assim a outra pessoa, não irá ver que tu viste a mensagem, e que a estás a ignorar. Depois complementas tudo com as desculpas clássicas e intemporais como “Estava sem bateria, desculpa” ou “Não vi a tua mensagem, estava ocupado, desculpa”. Clássico!

- Uma desculpa que nunca fica mal é dizer que a culpa é do Windows. Aqui o importante é não confundir com a desculpa do ecrã azul, pois essa está fora de moda e já não se usa há quase uma década. Mas podes sempre dizer que o Windows passou-se e tiveste uma hora e meia á espera, que as actualizações terminassem.

- Por fim chegou a hora da última desculpa que ficou um clássico instantâneo em 2016, e continua em alta em 2017. Esta desculpa só pode ser usada num contexto muito especifico, que é caso tu tenhas andado a mandar nudes a pessoas que não confias a 100% e de repente o teu nome aparece no Pornhub, podes sempre dizer que a culpa é da cloud. Portanto se derem numa de Jennifer Lawrence e depois virem a vossa intimidade exposta para todo o mundo, podem sempre dizer que a culpa é da nuvem, no entanto já deveriam saber, que a Nuvem mágica apenas funciona em pessoas de bom coração, como o Son Goku.

Espero ter sido muito útil e desejo a todos um ano de 2017 cheio de muitas e boas desculpas, sempre com cautela e moderação.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Squirtles Anónimos



Squirtle, aquela capacidade de conseguir levar uma mulher à loucura, ao êxtase total, que num ápice se transforma numa boca de incêndio incontrolável.

Esse é o Squirtle. Não me refiro ao Pokemon de água seu nerd que evolui em nível 16 para Wartortle ou Tarte de Guerra, mas sim ao acto e efeito de conseguir com uma mulher atinja o squirt.

No entanto este texto é sobre os homens que ficaram viciados no Squirtle. Nunca mais foram os mesmos depois de terem rebentado as águas do prazer das suas companheiras de uma noite ou de uma vida (eu não julgo ninguém).

Vou partilhar com vocês uma transcrição de uma sessão de Squirtles Anónimos que ocorreu no dia 6/9/2016, numa sala da paróquia do padre Malaquias:

Vitor: "Olá chamo-me Vitor e há 8 meses que não saco um Squirtle." 
Todos: "Olá Vitor!" 
Vitor: "Ao principio fazia como todos. Gostava um pouco de tudo, mas num certo dia de Verão conheci uma rapariga no Main. Pensava eu que era uma rapariga como as outras, mas esta era especial. Foi com a Maria Justa que saquei pela primeira fez um Squirtle. Foi perfeito, aquele repucho brilhante, aquelas águas furtadas intermináveis. Foi incrível.

Depois dessa vez nunca mais me contentei com o chapinhar nas pocinhas, queria sempre aquele Squirtle.

Fiquei viciado, confesso! No entanto era muito feliz. Até ao dia em que a Maria Justa me ter traiu com a vizinha. 

Um certo dia cheguei a casa , e vi água a escorrer pelo corredor, pensei que me tinha esquecido de uma torneira aberta, mas não. Era a minha Maria Justa com a Fernanda do 3º esquerdo. Apanhei-as mesmo quando estavam já a mandar Geisers de metro e meio de altura! 

Metro e meio de altura meus amigos! Comigo ela nunca chegou a um metro, e com a vizinha conseguiu passar os mínimos olímpicos? Desde desse dia que não pensava noutra coisa, em apanha-las novamente as duas e aproveitar a onda. Queria mesmo conseguir juntar-me naquele Squirtle duplo. 

Imagino que deva saber como um café duplo mas de Squirtle, só de imaginar não consigo conter-me. (Vitor suspirou profundamente)

Mas não, a minha Maria Justa deixou de ser minha e passou a ser da Fernanda do 3º Esquerdo. Eu comecei a ver a Maria Justa em todo o lado, fiquei paranóico. Via a Maria Justa nos balneários do ginásio, no chafariz da Avenida, nos bebedouros dos campos de futebol, na inundação que aconteceu no Shopping, nas estátuas dos peixinhos a esguichar a água. Em todo o lado. Em toda a parte. 

Até que um dia eu vi a sair do terraço do 3º esquerdo uma cascata selvagem que tiveram de vir os bombeiros tratar daquele "flagelo". Era litros e litros a virem daquele fatídico andar, dali abaixo, tendo provocado danos na via púbica... pública desculpem. 

Isto foi há 8 meses."

Squirtle Anónimo: "Essa cascata que mencionou, foram elas as duas?" - perguntou um Squirtle anónimo todo babado, a ressacar de um período de 5 anos sem Squirtle. 

Vitor: "Não, foi apenas um cano que se partiu"

No final de sessão os padrinhos deste grupo presentearam a todos os membros uma compilação dos melhores Squirtles do ano, ao som tema "Let it Go" do filme Frozen da Disney, sobre uma princesa que ficou com o seu Squirtle congelado até que um dia o libertou, e nunca mais foi a mesma.


Copyright Disclaimer: Um muito obrigado à inspiração para este texto tão libertador! :)

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