sexta-feira, 18 de abril de 2008

O Motinhas

Esta entrada já era para ter sido colocada, á muito muito tempo, nos primórdios deste blogue, mas como só voltei agora, temos pena, passam agora a conhecer esta mítica figura da cidade de Braga, falo de um transeunte, na casa dos 40 anos, morando nessa casa, sua mulher Arminda, e suas duas filhas, Carminda, e Laurinda, digamos que são casal com grande inspiração para os nomes, dispondo de um portentoso bigode, cabelo preto a tender para o grisalho, com ligeira queda para a queda de cabelo. Ele tem o estranho poder, de falar, comunicar com carros, viaturas estacionadas na via publica, e com elas estabelecer um dialogo amigável de porrada de palavras, e com bastante acentuação. Mas contemos a historia como deve ser...

Estava uma noite todo entretido, no meu regresso a casa, gastando a sola da minha sapatilha todo contente, provavelmente daquelas noites para mais tarde esquecer, e tomar uma aspirina, vislumbro ao longe, não o Cavaleiro sem cabeça, não o Jack the Reaper, nem o Elvis, sim um estranho individuo, pedalando as 4 da manhã, quando o sol ainda vai longe e a Lua nos observa.
Pedalava, notava-se o esforço, o suor deste atleta nocturno, pensava eu, pedalando para os Olímpicos, era a única explicação plausível para se avistar alguém a pedalar tão tarde, ou cedo depende do ponto de vista. Mal se aproxima, consegue-se distinguir o rosto deste atleta, um bigode portentoso, um capacete, não minto, um penico daqueles que devem vir incluidos na compra de uma Famel, um fato de treino provavelmente da feira, e uma bicicleta já quase peça de museu. Pensava que estava a sonhar, ou a jeropiga estava mesmo a bater forte, mas não, era mesmo real, ele aproximava-se em minha direcção, e eu pensava, é hoje, o meu sonho de criança vai ser realizado, irei ser atropelado por uma bicicleta.

O momento estava próximo, mas porem, numa inversão dos acontecimentos, algo trágico surgiu no meu pensamento, ao abrandar da bicicleta devido a minha presença, a possibilidade de ser abordado e de seguida extorquido de todos meus bens pessoais, aumentava, a cada travagem da bicicleta. O meu sonho, torna-se num pesadelo, eu que queria ser atropelado por uma bicicleta estava prestes a ser roubado por um ciclista nocturno. O coração palpitava, e a minha respiração parou por completo, assim que ele proferiu a primeira palavra, "Olhe, já são 6 da manhã?" , completamente atordoado respondo, "Não, ainda são 4 da manhã", mas eu pergunto-me será que para roubar é preciso horas, ou será que o ladrão é envergonhado, e esta é a sua maneira de abordagem, em vez do "Ó sócio, tens cigarros que me arranjesf". Então finaliza ele "Ahhh está bem", e voltando ele á sua pedalada em velocidade cruzeiro. Momentos hilariantes se seguiram ate chegar a casa, rindo até não mais poder, da situação mais estranha que me aconteceu na noite de Braga.

Claro que tinha-se que arranjar um nome, para esta personagem, tornados precipitaram-se sobre o meu cérebro, até que no ultimo dia do enterro da gata, numa rolotte estava ele, com a sua fantastica bicicleta, com o seu capacete da marca penico, e com um garrafão de vinho, prontamente tiramos uma grande fotografia para a posteridade. Ficou como Motinhas o nome, pela sua fantasia de transformar a sua bicicleta numa Yamaha.

Alem da paixão pelas motorizadas, ele adora estabelecer contactos com os varios carros estacionados, durante as suas tentativas de se fazer de arrumador de carros. Pois se por acaso um condutor, não lhe der uma moedinha, o Motinhas prontamente começa a insultar não o condutor, mas o carro, e a conversa é deveras interessante ,até ao ponto em que o carro prontamente responde, com um olhar fixo, e imóvel no Motinhas.

Portanto se um dia se depararem com um ciclista com um casaco amarelo reflector, a pedalar para a Volta á Rotunda da Universidade, perfazendo varias voltas de 360 graus á rotunda, sem parar, já sabem estão na presença desta mítica figura. Para breve fica uma foto, a pedido da sua família!

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